Banco Nacional de Desenvolvimento e suas Novas Diretrizes
As empresas emergentes que se dedicam a produtos e serviços voltados para a economia verde e a descarbonização estão de olhos voltados para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco surge como uma importante fonte de financiamento para essas iniciativas, especialmente em um momento em que a sustentabilidade e a preocupação climática ganham cada vez mais destaque no cenário econômico brasileiro.
Em um recente levantamento, foram identificadas diversas áreas de negócios que competem por recursos, incluindo 278 empresas ligadas à educação, 257 à saúde, 170 focadas na economia da periferia e 38 relacionadas à economia azul, que abrange aspectos hídricos e marítimos. Curiosamente, 525 inscrições não se encaixaram em nenhuma dessas categorias específicas, destacando a diversidade de propostas no espaço empresarial.
O perfil de interesse por financiamentos segue a tendência do ano anterior, quando 586 empresas do setor de economia verde buscaram apoio do programa. Essa continuidade nas inscrições reflete uma mudança de mindset por parte dos investidores, com o BNDES demonstrando um apetite crescente por projetos de financiamento climático, acompanhando uma mudança de perspectiva no mercado financeiro.
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Fonte: amapainforma.com.br
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Fonte: feirinhadesantana.com.br
O Crescimento da Sustentabilidade no Financiamento
Um dos fatores que explica essa inclinação é a crescente disposição das instituições financeiras em apoiar iniciativas sustentáveis. Alice Lopes, gerente do BNDES Garagem, ressalta que, apesar de o banco sempre ter possuído uma área focada no meio ambiente, essa vertente agora se fortalece. “A necessidade de aportes financeiros para a transição climática é clara. Além disso, o mercado financeiro se dá conta de que essa é uma oportunidade”, pontua Lopes.
No edital de 2025, o BNDES identificou áreas prioritárias que englobam florestas e agricultura sustentável, água e saneamento, gestão de resíduos, energia e biocombustíveis, bem como logística e mobilidade. Essas escolhas demonstram um alinhamento estratégico do banco com as soluções que promovem a sustentabilidade.
De acordo com Gabriela Bonotti, co-CEO da Quintessa, a evolução do perfil de negócios de impacto também é notável. “O financiamento é crucial. Nos últimos quatro anos, a maior parte dos investimentos foi direcionada à pauta climática”, analisa Bonotti. Ela ainda destaca que a Quintessa se reposicionou para colocar clima e desenvolvimento econômico como prioridades, dada a tendência de capital filantrópico e comercial se concentrar nessas áreas.
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Fonte: edemossoro.com.br
BNDES Garagem e a Seleção de Negócios Sustentáveis
O BNDES Garagem, criado em 2018, está atualmente na sua terceira edição. O programa, que acontece em quatro ciclos anuais, visa acelerar 100 negócios por ano até 2028, com critérios que incluem diversidade de raça, gênero e região, além do impacto socioambiental. Os 100 negócios selecionados em 2024 serão anunciados durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30).
A partir de 19 de novembro, os empreendedores escolhidos participarão de um extenso treinamento com especialistas, como parte de um processo que inclui aceleração e mentoria. O evento culminará em junho de 2026 com a realização do Demoday, onde os dez negócios mais destacados serão premiados, recebendo valores que variam entre R$ 64 mil e R$ 160 mil para os cinco melhores classificados na categoria de tração.
Desafios e Oportunidades para Negócios Sustentáveis
Embora os aportes financeiros sejam um fator crítico, Bonotti observa que a mudança de foco dos investidores para a economia verde é um sinal encorajador. Ela menciona que, apesar da pressão global em torno da agenda ESG, o clima se torna uma prioridade para a sobrevivência dos negócios de impacto. “Mais de 500 negócios acelerados na Quintessa, por exemplo, têm se adaptado às novas demandas do mercado, especialmente em soluções que ajudam a cumprir as metas ESG”, afirma.
Neste contexto, a especialista ressalta a importância de criar conexões entre as questões climáticas e outros temas sociais, como a representatividade feminina e a luta contra o racismo ambiental. “Estamos buscando encontrar ganchos que estabeleçam relevância e impacto na pauta verde, o que pode trazer resultados positivos nos próximos anos”, conclui.


