Bilionários Apostam em Esportes
Os ultrarricos atendidos pelo JPMorgan Chase estão mudando suas prioridades de investimento, optando por equipes esportivas em vez de obras de arte. De acordo com um relatório recente do banco, a proporção de famílias bilionárias com participações majoritárias em times subiu de 6% para 20% nos últimos três anos, refletindo uma tendência crescente entre os investidores.
Este ano, aproximadamente um terço das 111 famílias bilionárias com patrimônio líquido superior a US$ 500 bilhões declarou ter investido em equipes esportivas ou estádios, posicionando esses ativos como suas principais especializações. Esse movimento para o setor esportivo parece ter superado o investimento em arte e colecionáveis, conforme apontado no Relatório de Discussões Principais 2025 do JPMorgan.
Andrew L. Cohen, presidente executivo do private banking global do JPMorgan, enfatizou que os esportes deixaram de ser apenas uma paixão para se tornarem uma parte significativa do portfólio de investimentos. “Os esportes se transformaram em uma classe de ativos real”, afirmou em uma entrevista.
Grandes famílias ricas agora se juntam a gigantes da gestão de ativos, como Apollo e Ares, para alavancar seus investimentos em esportes. Essa mudança é impulsionada pelo aumento acentuado dos valores das equipes, que se beneficiam de audiências televisivas robustas e receitas substanciais. Proprietários de equipes da NBA e da NFL têm aberto suas portas para capital de private equity, facilitando uma elevação nas avaliações.
No mês passado, a aquisição do Los Angeles Lakers por US$ 10 bilhões por Mark Walter estabeleceu um novo marco no mercado de esportes, superando o recorde anterior de US$ 6,1 bilhões, fixado pela venda do Boston Celtics em março. Além disso, em outubro, o New York Giants da NFL vendeu 10% de sua participação para Julia Koch e a família Koch, alcançando uma avaliação de US$ 10,3 bilhões, outro recorde impressionante.
Cohen destacou que “os EUA permanecem como o principal mercado para investimentos em esportes”, embora a variedade de oportunidades continue a expandir. O magnata da munição Michal Strnad, por exemplo, adquiriu uma participação majoritária no clube de futebol tcheco FC Viktoria Plzen, enquanto Jim Ratcliffe, um industrial britânico, assumiu o controle das operações de futebol do Manchester United, após investir cerca de US$ 1,5 bilhão para obter um terço do clube.
Com um patrimônio líquido combinado próximo a US$ 30 bilhões, esses investidores refletem a tendência crescente de bilionários interessados em entrar no setor esportivo fora dos Estados Unidos. Além disso, os líderes dessas famílias estão se voltando para mercados privados, aproveitando o fato de que muitas empresas estão adiando a abertura de capital, agravando a liquidez e elevando os custos de empréstimos.
Dois terços dos investidores consultados pelo JPMorgan agora buscam papéis ativos em investimentos privados, como a participação em conselhos, subindo de 43% em três anos. A maioria ainda mantém suas operações originais, mas está se aventurando cada vez mais em novas frentes.
“Esses investidores estão apostando mais do que nunca em investimentos privados e não estão recuando”, finalizou Cohen, evidenciando a determinação dos bilionários em diversificar seus portfólios.


